Desconhecendo de
altruísmo, vou seguindo nesta reta onde o fim dela pode ser um precipício,
ainda sim revigorando-me dia-pós-dia. Engraçado tá sendo me ver frente ao
espelho se permitindo, encarando o mal que isso pode trazer, e almejando mais o
ar tocante na alma redondamente esplêndido que vem vindo. Tem me causado
alucinógeno, golfadas, náuseas do quão primordial está sendo. Ao debruçar-me na
cama, no fim da noite, rezo para que não me terrifique. Uma consequência boa,
superlativo. Após considerar-me supérstite da prostética das amarguras
vivenciadas e sentidas como fósforo em minha pele, o jardim tornou
florescer. Mobilizei a coragem existente
dentro de mim, porque é difícil ela clamar “levante-se já”, “atente para o mal
que se prender a mim está lhe causando”, ficou notável o quão preciso é
enfatizar a felicidade, vive-la assiduamente. A deixa principal na cabeça é:
por qual motivo tenho que me dispor tanto à felicidade? Por qual motivo ela não
pode chegar a minha porta tão sorridente quanto uma testemunha de Jeová? Os
desafios são constantes, o maior deles é a busca insaciável pela felicidade,
viver por reclamações, com reclamações é moda. Anteontem, ontem, hoje, amanhã,
depois de manhã, tenho como propósito dá ênfase ao viver bem, assim, fazendo
dos seus sorrisos um bauru (recordando aquele sábado frio) e me entupir dos
mesmos, fazer dos seus braços o mar e me jogar.
Você pode pensar “mas e se só durar até amanhã”, ora, alguns encontros
não duram trinta minutos sequer. Ecoa em mim “tome cuidado com o medo que você
alimenta porque ele pode aprisioná-lo, e essa é a pior das prisões existentes”,
deste modo, ausentei o receio, a negatividade habitante, e passei a levar ao pé
da letra a frase do filósofo chinês: “escolhe o trabalho de que gostas e não
terás de trabalhar um único dia em tua vida”.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Deixe-me conhecê-lo, ó amor
Tenho considerado inaceitável esta
incapacidade do meu eu comunicar-se consigo mesmo. São tão claros os riscos, os
medos do perigo, tão pouco que façam sentidos. Dou-lhe plantão dos meus
problemas, há algo que justifique a solidão de 495 dias? Paralisei no ponto
onde fantasio e meço meus próprios passos, ouço o início de uma história, as
estações vêm, sem vão, ainda sim ciente que algo permanece – a solidão. Desistir
ou tentar desistindo agora? Passa na mente uma imagem decadente e enfim, o amor
é este mar negro, não há jeito menos doloroso de se despedir. A paixão vem,
você a nega, nega, por fim a aceita, no passar dos dias ela cansa assim como
quem cansa de uma roupa e vai embora sem te pedir perdão. É uma ameaça
constante, o trajeto mais fácil é a solidão do desamor. É coerente taxar
relativo tudo em tua volta, mas dar as costas é, sem dúvidas, a forma menos hipócrita.
Arrume-me
um sol que possa brilhar diante qualquer circunstância, até no brilho da
escuridão, vulgo horas amarguradas, deixe sobressair à forma áspera de
tratamento nos dias sem um “tens feito diferença”, permita-me conhecer o teu
ser demasiadamente risonho, demasiadamente árduo, demasiadamente amável.
Deixe-me conhecê-lo, ó amor.
segunda-feira, 6 de maio de 2013
A desigualdade social é uma diferença de outra natureza
A desigualdade social é uma
diferença de outra natureza: é produzida na relação de dominação e exploração
socioeconômica e política. Quando se propõe o conhecimento e a valorização da
pluralidade cultural brasileira, não se pretende deixar de lado essa questão.
Ao contrário, principalmente no que
se refere à discriminação, é impossível compreendê-la sem recorrer ao contexto
socioeconômico em que acontece e à estrutura autoritária que marca a sociedade.
As produções culturais não ocorrem “fora” de relações de poder: são constituídas
e marcadas por ele, envolvendo um permanente processo de reformulação e resistência.
Ambas, desigualdade social e
discriminação articulam-se no que se convencionou denominar “exclusão social”:
impossibilidade de acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade
e de participação na gestão coletiva do espaço público — pressuposto da
democracia. Entretanto, apesar da discriminação, da injustiça e do preconceito
que contradizem os princípios da dignidade, do respeito mútuo e da justiça,
paradoxalmente o Brasil tem produzido também experiências de convívio,
reelaboração das culturas de origem, 122 constituindo algo intangível que se
tem chamado de brasilidade, que permite a cada um reconhecer-se como brasileiro.
"Eu"
Na verdade,
só sabemos claramente que somos quem somos devido uma transa. Que ela foi fruto
de um sentimento singelo, recíproco (muitas das vezes, ao menos é o que se
espera). É fácil dizer “eu sou eu” quando não se sabe o significado que pode
ter esse “eu”? Eu, pode
ser a bondade da humanidade, o olhar que ajudará mudar um pensamento retroagido, pode ser o
seu amor, o meu. Eu, particularmente não sei quem sou, às vezes perco o sono
pensando qual papel vir exercer diante vós. É tudo tão simultâneo, tão
reduzido, essa instABILIDADE que poucos valorizam naquele que tem em si uma
deficiência criticável diante eles. Eu, você, nós, somos aquilo que queremos
ser? Vivemos em uma ditadura? A
mídia com seus aspectos positivos e negativos influenciam não somente as
crianças, como os adultos, basta sabermos aproveitar este instrumento que
auxiliam não somente a estes questionamentos, mas acrescentá-los e
solucioná-los em nossas vidas. Como bem cita Pierre
Lévy, “Por intermédio dos espaços virtuais que os
exprimiriam, os coletivos humanos se jogariam a uma escritura abundante, a uma
leitura inventiva deles mesmos e de seus mundos (...) poderemos então
pronunciar uma frase um pouco bizarra, mas que ressoará de todo seu sentido
quando nossos corpos de saber habitarem o cyberspace: “Nós somos o texto.” E
nós seremos um povo tanto mais livre quanto mais nós formos um texto vivo. Portanto, os
benéficos se revertem com a mesma velocidade com que se instalam. É como ao fim
do dia acalentar seu jardim com um banho de água, após um dia de sol. Só é
preciso uma padronização de tudo que é bom, que faz bem, que te tira o fôlego,
que te faz almejar ser prostética. Entretanto, é válido salientar que não se
deve mascarar seu “eu”, dúvidas (em horas) vem ser o consolo inapropriado.
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